terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

2020, um ano com regressos


Os últimos tempos revelaram várias novidades políticas em Castro Daire. Destaco o CDS-PP local que, sob a liderança de António Cardoso e da sua equipa (da qual com honra faço parte), regressou à acção política mais visível. É o mesmo partido que, em finais de 2018, retirou confiança política ao Executivo Municipal saído das eleições de 2017, por falta de respeito e de permanente diálogo que uma coligação exige. O partido não mudou na defesa persistente dos Castrenses. Só regressou à comunicação pública das suas propostas em defesa do Concelho.


Em Dezembro de 2019, o CDS propôs uma redução de 5% do IRS, medida ao alcance do Município e que decorre das promessas eleitorais de 2017. A última Assembleia Municipal terminou com uma coligação negativa entre PSD e PS locais, contra a proposta centrista. Perderam os castrenses!


2020 começou com uma chamada de atenção centrista (o encerramento da N2, a ausência de uma alternativa segura e sem custos para os castrenses e a total inacção do Executivo nessa matéria). E com uma exigência nossa: uma alternativa segura e sem custos à N2. A primeira resposta foi sermos apelidados de oportunistas políticos. A consequência foi termos, hoje, uma isenção temporária de portagens na A24. Estamos certos! Ganharam os Castrenses!


Em 23-01-2020, o CDS questionou o Executivo sobre obras de execução directa do Município (concretamente sobre o parque de estacionamento junto ao jardim do Calvário a ligação N2 – Soutelo e o Parque da N2 em Vila Pouca), sobre a qualidade da água de abastecimento público e as medidas de eficiência energética e redução de despesa pública.


Ouvir dizer que o alcatrão não é totalmente impermeável para justificar o facto de um tapete desse material ter ervas a nascer nele é curioso.
Ouvir dizer que um tapete colocado numa via pública, recentemente, é ondulado porque o equipamento usado, quando adquirido era já velho é inacreditável.
Ouvir dizer que é normal aplicar num dia uma calçada, para no dia seguinte ter de a arrancar para colocar outra, sempre com o mesmo material e tudo perante (e sob as ordens) da mesma pessoa (alegadamente nomeada para assessorar no acompanhamento das obras), se deve à diferença de uso da calçada é ridículo.
Ouvir dizer que um projecto de eficiência energética de equipamentos municipais, prometido há dois anos ainda está em estudo é inacreditável.
Ouvir dizer que a ausência de publicidade das análises da água no site da Câmara se deve aos técnicos que elaboram o site é surpreendente.
Ouvir dizer que nascentes de água do Concelho são encerradas por presença de químicos nocivos à saúde pública sem que isso fosse do conhecimento público é aterrador.


Tais respostas seriam risíveis não fosse o facto de revelarem um completo desnorte.
Há qualquer razão lógica para se gastar o dinheiro público em equipamentos velhos e ineficientes?
Há qualquer razão lógica para se duplicar os gastos com uma obra supervisionada por supostos peritos na matéria?
Há alguma razão lógica em se estar a estudar um projecto de redução de despesa e combate às alterações climáticas por mais de 2 anos?
Há alguma razão logica para que esse projecto fosse um dos que Portugal perdeu com a ausência de candidaturas para o efeito, no presente quadro comunitário de apoio?
Há alguma razão lógica para que os castrenses não acedam à qualidade da água que consomem ou para se esconder um problema de saúde pública?

Carlos Bianchi

Advogado e Deputado Municipal do CDS em Castro Daire