À data e hora em que se escreve,
a moção de censura apresentada pelo CDS foi chumbada, tendo os partidos, ditos,
à Esquerda, votado contra. Nada de novo!
A Comunicação Social, as forças,
ditas, de Esquerda e, estranhamente ou talvez não, figuras ligadas ao PSD,
criticam a moção.
Para a Comunicação Social era um
dado adquirido, o chumbo. Afinal a moção de censura só tem uma finalidade:
fazer cair o Governo.
O PS vê, na moção, uma tentativa
de ganhar espaço à Direita e não uma oportunidade para perceber o que lhe diz a
oposição. Mau! Será que a moção tem mais que uma função?
PCP e BE demonstram a sua
natureza e o seu papel na gerigonça. O Governo merece censura. Esta é que não!
O PAN vê na moção uma irresponsabilidade.
Certo! Permitir animaizinhos nos restaurantes é que é o exercício de uma enorme
responsabilidade social, certo?
Manuela Ferreira Leite e Paulo
Rangel falam, também, enorme irresponsabilidade porque a moção não terá efeitos
práticos e só serve para unir as Esquerdas, quando elas iam a partir de agora,
entrar em conflito com o Governo, enfraquecendo o PS. Certo! Cálculos politico-eleitorais
é com quem?
Irresponsabilidade política,
clamam todos! O que faríamos se tivéssemos que ir a eleições agora, perguntam,
silenciosamente, todos!
Está tudo doido? Ou são apenas
gente impreparada, incompetente, pura e simplesmente, néscia?
Uma moção de censura não serve,
apenas, para fazer cair o governo, ainda que possa ter essa consequência.
Uma moção de censura serve,
principalmente, para discutir a execução do programa de Governo ou outros
assuntos de interesse nacional. Quiseram discutir os argumentos da moção ou as
suas razoes? Claro que não! É sempre melhor ficar pelo acessório.
Talvez seja hora de todos
percebermos a utilidade deste tipo de ferramentas politicas.
Assim e de repente, pensamos numa
Assembleia, órgão deliberativo, onde não é apresentado um programa de Governo, não
se discute uma estratégia coerente nem se apresentam quaisquer soluções capazes
de mudar o declínio! Será que uma moção de censura levaria a serem apresentadas
linhas programáticas e estratégias?
Carlos Bianchi