Os Portugueses, depois de várias décadas a comprar a ideia
de que elegiam o 1º Ministro, foram confrontados com uma realidade com 39 anos:
em eleições legislativas escolhem, só, os
deputados que compõem a AR.
É, por isso, que não se compreende alguns lamentos que se vão
lendo por aí.
É que o respeito pela Democracia constitucional, também se
faz conhecendo as regras instituídas.
Mas também se não compreendem alguns dos argumentos que
tentam justificar o que ocorreu.
Dizem uns: a coligação PSD-CDS não teve a maioria absoluta! Mas
quem diz isso, há não muito tempo dizia que esse era um caminho errado para o
País. Quererá, de futuro, que haja sempre maiorias absolutas? Quer PSD e PSD
permanentemente, no Governo, sozinhos?
Dizem alguns: tinham que se respeitar o, quase, milhão de
votos que BE e CDU receberam! Verdade. Mas e onde cabe o respeito mais de 2 milhões
de votos que CDS e PSD representam, onde fica?
Dizem outros: Existe uma maioria de esquerda, que pode dar
estabilidade a um Governo desse bloco! Onde está a estabilidade, quando se atira
o PS para o governo e se lhe exige uma negociação à vista e em cada ano?
Dizem também outros: a coligação entre CDS e PSD, há 4 anos,
fez-se após eleições! É verdade. Mas há 4 anos PSD havia ganho eleições. Há 4
anos, no PS estava quem nos levou à situação de ter de aceitar a intervenção externa.
Hoje, a aliança á esquerda, assenta apenas num ódio á direita e na vontade de
salvar a face, apenas.
Dizem finalmente: com a nova “aliança à esquerda” condições de
mudar de política. O SYRIZA dizia o mesmo. Mas o choque com a “real politic”
deu-se e, de repente, passou-se da esquerda à conformação.
Caiu um Governo, levante-se outro
Mas a consequência de tudo isto, irá ser, certamente, o
aumentar do número de divorciados da Politica - hoje, mais de 4,5 milhões de concidadãos.
Dá que pensar, não dá?
E certo, certo, é que pagará sempre o mesmo, no final.
Carlos Bianchi
Castro Daire.