segunda-feira, 14 de novembro de 2016

AS ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS DE 2016


A eleição de Donald Trump deixa-nos várias perplexidades que merecem reflexão.



A primeira é de que há sistemas democráticos em que a vitória não é de quem tem mais votos populares. Aconteceu nos Estados Unidos em 1824, 1876, 1888, 2000 e com Donald Trump agora. Surpreendentemente, há, por aqui, quem critique este sistema. E digo, surpreendentemente, porque são os mesmos que, muito recentemente, abriram o precedente, de tornar primeiro-ministro a mesma pessoa a quem o voto popular relegou para segundo lugar, nas eleições. Estranho, não é?



A segunda é de que se institucionalizou a geração BIG BROTHER. Dessa embrutecida, demagógica, populista e anti-sistema geração são muitos os exemplos, mundo fora. Ficamo-nos pelos políticos, como Marine le Pen, Boris Johnson, Sílvio Berlusconi, Pablo Iglésias, Aléxis Tsipras, etc. O que lhes faltava era mesmo uma eleição significativa. E de repente surge Donald Trump! Que bom para eles! E para nós, como será?



A terceira e última perplexidade é que nesta, nova, realidade politica e social, há algo que nunca mudará: a facilidade com que o voto secreto desmascara um discurso, politicamente, correcto. Seja qual for a realidade politica em vigor (o caciquismo vigente em Portugal ou a política reality show americana), a verdade é que quem vota, fá-lo contra o discurso dominante. Quem não se lembra das críticas feitas a quem pretendia ser reeleito em 2009, para alguns municípios? Quem não se lembra que se disse de Trump? Resultado: foram eleitos, por voto secreto, os criticados. Em alguns casos até com votações superiores às que haviam sido expressas em eleições anteriores e/ou contra as sondagens publicadas. Expressão máxima da liberdade de voto ou, pura e simplesmente, cinismo?



Ficam, por agora, as questões. Tememos apenas que as respostas sejam dadas, com o atraso dos concelhos e do país. Ou então com a utilização do botão vermelho! Veremos (esperamos nós)!

Carlos Bianchi

Advogado

Castro Daire

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Opções!


Devemos dar os parabéns ao Município de Castro Daire, pela forma como gere os seus recursos, com respeito pelo interesse público.

Só assim a aposta na duplicação de via da Av. Maria Alcina, na construção de uma piscina exterior e polidesportivo, na sede do concelho, na criação de prémios para a criação de gado, no desinvestimento nas Termas do Carvalhal, no abandono da Serra do Montemuro, no ignorar do Rio Paiva e na falta de captação de investimento privado

Faz todo o sentido!

Os crescentes problemas de trânsito no acesso norte da vila, o número de residentes e a necessidade de necessidade de Castro Daire ter um aeródromo que permita o escoamento do trafego aéreo do Concelho, impunham que a Maria Alcina, fosse duplicada.

A necessidade de recurso a banhos públicos, por falta quase permanente de água, justifica o investimento feito junto às Piscinas Municipais. O Município apenas teve azar na falta de realização de estudos que assegurasse a correcta implantação dos equipamentos.

O que o concelho precisava mesmo é da criação de incentivos à produção de gado arouquês. Pouco interessa que se assista a um crescente abandono da actividade e que os prémios sejam dados a criadores de outros lados. Bom é  justificar a realização de festas populares.

Investir nas Termas, no rio Paiva ou na Serra do Montemuro? Pura perda de recursos. Isto porque, nas palavras de um alto responsável do concelho, não vale a pena competir com a “rainha das termas (São Pedro do Sul), com os passadiços do Paiva (Arouca) e com as tradições das aldeias históricas (Cinfães)”. Desses concelhos não vem nada de bom, para nós, e não vale a pena aproveitar a visibilidade daqueles. Quietos é que estamos bem!

Tentar obter investimento, conseguir solução para o estado do nosso parque industrial, criar condições para que os privados criem e invistam em empresas locais, com criação liquida de emprego? Isso não. Dá trabalho. Vejam só os casos de Tondela, Nelas, Vouzela, Oliveira de Frades e Mangualde! Uma carga de trabalhos para que os munícipes tenham emprego. Por aqui POC’s e CEI’s chegam e sobram.

E que dizer da questão de falhas no abastecimento de àgua, que no caso da sede do concelho está dotada de uma infraestrutura inadequada, envelhecida e em situação de iminente ruptura e nas freguesias é deficiente e/ou inexistente? Ou da necessidade de requalificação das avenidas Francisco Sá Carneiro e 25 de Abril? Ou da necessidade de melhoramento de vias de transito, nas aldeias do concelho?

Isso não interessa nada. Importante é apostar em obras sem sentido, em festas e festinhas, em manter os níveis de pobreza para que quem depende, dependa sempre.

Parabéns ao Executivo!

Afinal, usando uma expressão da esquerda radical, é o expoente da aposta na política de empobrecimento.

Na política da criação real do que até aqui era artificial – a vassalagem a quem nada fez, faz e pode fazer na atribuição de direitos, nomeadamente reformas e subsídios.

Carlos Bianchi.

Presidente da CP do CDS-PP de Castro Daire



Nota: Por opção própria e por não concordar com a aplicação do novo acordo ortográfico, o presente texto é escrito na grafia que se aprendeu na escola primária.