As eleições autárquicas, que se
avizinham, podem (e devem) ser um referencial da mudança, que se impõe ao nosso
Concelho.
Comparando alguns indicadores de
Castro Daire, entre 2009 e 2015, e analisando as respostas do Município, verificamos
resultados que impõem muitas reflexões.
Em primeiro lugar, entre 2009 e
2015, Castro Daire perdeu 6,8% de população (1.059 habitantes), sendo que o número
de jovens diminuiu em cerca de 2% e o número de idosos, por cada 100 jovens,
aumentou 23,8%. Dito de outro modo, o concelho não só perde habitantes, como
também envelhece, o que potencia a perda de rendimentos às famílias. Quais foram
as respostas do Município:
- Para o envelhecimento da população: A criação do Cartão Viver Mais.
- Para a perda de habitantes. Como diria Jorge Jesus: bola.
- Para a fixação de população jovem e aumento da natalidade: o Enxoval do Bebé e a concessão de apoios às despesas escolares.
Estas duas últimas medidas
levam-nos à análise dos indicadores natalidade e população escolar, em segundo
lugar. Ora, dizem-nos os dados oficiais que, entre 2009 e 2015, os nascimentos,
por ano, diminuíram 26,2% (passando de 122 para 90) e o número de alunos diminuiu
27,7% (de 2.824 para 2.042). Dito de outro modo, pese embora as despesas do Município
tenham aumentado com as duas medidas, certo é que nada resolvem e o
envelhecimento da população, bem como a diminuição de quadros do Concelho, continuam a ser um problema.
Vejamos, agora em terceiro
lugar, os indicadores quanto à saúde do tecido económico do concelho. O número
de empresas, não financeiras, com sede em Castro Daire, entre 2009 e 2015,
aumentou 7,2% (de 1.025 para 1.292). Seria óptimo não fossem outros dados. O
número de pessoas ao serviço dessas empresas, diminuiu 8% (de 3.084 para
2.836); o numero de desempregados, inscritos no centro de emprego aumentou
67,3% (de 498 para 833); o numero de desempregados, inscritos nos centros de
emprego, há mais de um ano, aumentou 200% (de 134 para 402). Quais as respostas
do Município para o problema:
- Aposta nos programas de ocupação, emprego e inserção e estágios profissionais, a realizar no Município, sendo que dos realizados, menos de 4,5% resultaram em emprego, para os participantes;
- Incapacidade de fixação de empresas, sendo paradigmático o facto de recentemente uma empresa de Castro Daire ter investido cerca de um milhão de euros, noutro concelho, por não lhes ter sido dada resposta do Município.
- Ausência de quaisquer medidas de apoio à criação de empregos.
Finalmente, analisemos um outro
indicador que deve merecer a nossa maior atenção: o aumento, em cerca de 75%
dos crimes registados por cada mil habitantes (de 12 para 21). Ou seja, de
cerca de 188 crimes registados, em 2009, passou-se para uns significativos 306
crimes, em 2015. Quais as respostas do Município? Não existem, que se saiba.
Ou seja, Castro Daire perde
população, envelhece, não fixa os mais jovens, perde capacidade de gerar
empregos e vê a criminalidade aumentar.
Que faz, ou fez, o executivo PS,
entre 2009 e 2015. Nada ou quase nada. Ou melhor e mais rigorosamente dito:
Pouco, muito pouco.
Será que depois de 8 anos de exercício
de poder, sem olhar para as pessoas, pode o mesmo Executivo, ser um motor de
desenvolvimento do Concelho? Responda o amigo leitor. Cá para nós, achamos que
não e isso justifica a mudança.
Ah! e caso se duvide dos números
acima apresentados, uma recomendação: consulte-se no sitio www.pordata.pt, separador municípios, os números
relativos a Castro Daire.
Carlos
Bianchi
Publicado
em www. http://entre-o-montemuro-e-o-paiva.blogspot.pt
Nota: Por opção própria e por não concordar com a aplicação do novo acordo ortográfico, o presente texto é escrito na grafia que se aprendeu na escola primária.